quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ativistas do Brasil e da América Latina buscam novas alternativas na luta contra aids nos Congressos e Fóruns de Prevenção em SP

Por Liandro Lindner, em especial para a Agência de Notícias da Aids

Participantes dos Congressos e Fóruns de Prevenção em DST, Aids e Hepatites Virais disseram à Agência de Notícias da Aids sobre o que esperam do evento que começou nesta terça-feira, 28 de agosto, em São Paulo, e segue até a próxima sexta-feira, 31.

O coordenador da Rede de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids, José Rayan, entende o Congresso como uma oportunidade de articulação entre os movimentos e formatação de ações a serem desenvolvidas. Este é a terceira edição que ele participa e acredita que será um encontro “mais político” do que os anteriores. “Os congressos têm se destacado por ações de mobilização , além do aspecto técnico e científico”, disse. 

Já Tania Arruda, do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids (GAPA) do Distrito Federal, espera que o Congresso possa indicar alternativas novas de enfrentamento a epidemia do HIV/Aids “além das mesmices e de ações meramente protocolares.” 

O ativista Carlos Basilia, do Fórum de Luta contra a Tuberculose do Rio de Janeiro, destaca as falas de abertura que, segundo ele, apontam para uma necessidade maior de incrementar ações além do HIV, juntando discussões sobre determinantes sociais e desenvolvimento humano. 

Um pouco mais entusiasmado, Rogério Soares, do Gapa/Tabuaté espera que o encontro seja uma oportunidade dos gestores se conscientizarem da importância de investimentos mais sólidos em saúde pública e direitos humanos.

Vindos de diversos países da América Latina e Caribe, militantes estrangeiros também conversaram com a Agência. 

Javier Lopes, da Venezuela, afirma que as iniciativas de ativismo do Brasil sempre foram guia para os outros países, principalmente os latino-americanos. “Aprendemos muito com os brasileiros e estamos aqui para compartilhar experiências e apoiar nas dificuldades”, destaca.

Ana Violeta Soho, que faz parte da Rede de Mulheres vivendo com HIV do Equador, está muito contente de poder conhecer o Brasil e partilhar momentos de companheirismo e troca de experiência com outras pessoas que enfrentam situação semelhante a sua. 

A falta de informação sobre a situação de vida das minorias, especialmente dos descendentes de índios, é uma das razões de Carlos Eduardo Camacho ter vindo ao Congresso. “Na Colômbia temos pouca visibilidade de questões referentes a sexualidade entre os descendentes de índios. Esta invisibilidade agrava mais a nossa situação, nos deixando vulneráveis” enfatiza.