quarta-feira, 26 de junho de 2013

Comitê TB/PA participa de Seminário de Vigilância em Hepatites Virais voltado às populações vulneráveis

Por Ernandes Costa, do Comitê de TB/PA

Lideranças de comunidades quilombolas, assentadas, indígenas, ribeirinhas e representantes do Comitê de Tuberculose do Pará e do Fórum Paraense de DST/AIDS/HV foram o público alvo do Seminário Vigilância em Hepatites Virais voltado às populações vulneráveis, que a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) realizou nesta terça-feira, 25, por meio da Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais e da Coordenação Estadual de Hepatites Virais.

Composto por cinco painéis, o seminário foi realizado no Grupo Paravidda. No primeiro painel, as coordenadoras da Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais, Tamar Monteiro, e da Coordenação Estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão, apresentaram um panorama das principais políticas trabalhadas em suas respectivas coordenações.

Em seguida, a psicóloga e coordenadora de Saúde Mental, Marilda Couto, discorreu sobre a Rede de Atenção Psicossocial, com especial atenção ao uso de álcool e outras drogas, explicitando a atuação dos Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) em suas várias modalidades. 

No período da tarde, a  pesquisadora do Instituto Evandro Chagas, Heloísa Mercelino, falou sobre as várias formas de transmissão e tratamento das hepatites, bem como formas de evitá-las, as Redes de apoio e o Plano Estadual de Urgência e Emergência, mostrando inclusive os gastos com o transporte aéreo de pacientes, dado as peculiaridades do Estado, onde cerca de 16 municípios estão no arquipélago do Marajó, a uma distancia de mais de 12 horas de deslocamento por barcos, o que fatalmente compromete a vida desses pacientes, sendo neste caso o salvamento aéreo a única solução. 

O farmacêutico Marcos Santos, apresentou como funciona o processo de dispensação medicamentosa para atender um estado das dimensões do Pará. Segundo ele, se levar em conta medicamentos, os compostos laboratoriais e os recursos humanos envolvidos no atendimento ao paciente com o fígado comprometido, podem ser gastos até 150 mil por paciente. 

A assistente social da Coordenação de Tuberculose do Estado, Sonia Obadia, discorreu sobre as populações mais vulneráveis à tuberculose - pessoas que vivem nas ruas, aquelas que vivem com HIV, os privados de liberdade, populações indígenas e quilombolas - e suas respectivas dificuldades em acessar os serviços públicos. Destacou que as pessoas com tuberculose nem sempre são orientadas quanto à realização do teste para o HIV o que dificulta o diagnóstico precoce e tratamento de uma possível coinfecção TB/HIV. 

Sônia ressaltou ainda que um bom acolhimento e aconselhamento são fundamentais para evitar o abandono do tratamento e possível falência do esquema básico, evitando a criação de cepas resistentes. 

Ao final de cada painel os participantes fizeram perguntas aos expositores bem como propostas para a melhoria das ações entre a Coordenação de Hepatites, Coordenação de Tuberculose e a sociedade civil. O documento final com as conclusões do evento será encaminhado as autoridades estaduais.