quarta-feira, 27 de julho de 2016

VideoSaúde lança nova série sobre determinação social da saúde

*Fonte: ICICT



Na noite da última quinta-feira, 21 de julho, a VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz esteve na Blooks Livraria, em Botafogo, no Rio de Janeiro, lançando ao grande público sua nova série que trata de determinação social da saúde. Produzidos em parceria com a Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS/MS), os três filmes vieram para reforçar o que diz a Organização Mundial da Saúde (OMS) em sua Constituição: “A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social”.

                                      Umberto Trigueiros, Eduardo Thielen e Christian Jafas (da esq. para dir.)

“Herança social”, de Christian Jafas, traz imagens de ontem e hoje, revelando que quase nada mudou quanto as condições de vida dos moradores de lugares onde os direitos fundamentais do ser humano não chegam, o que só faz crescer os casos de tuberculose numa das principais capitais do país, o Rio de Janeiro. A produção reafirma que hereditária é a situação social e não a doença.

“Saúde em trânsito”, de Eduardo Thielen, vem para discutir um assunto que não ganha muita atenção, porém, não deixa ser a terceira maior causa de morte no mundo, perdendo apenas para doenças cardíacas e câncer. A violência no trânsito é um problema de saúde pública no Brasil e o documentário alerta e destaca a necessidade de se pensar em medidas preventivas integradas.

“Esporotricose”, também de Eduardo Thielen, relata a maior epidemia já registrada desta doença que vem acontecendo no Rio de Janeiro. Pesquisadores, profissionais e pacientes falam sobre sintomas, diagnóstico, tratamento e epidemiologia da micose subcutânea mais comum no país e na América Latina.

A série, que integra o catálogo do Selo Fiocruz Vídeo, está disponível em DVD na Editora Fiocruz e os trailers podem ser assistidos no canal do YouTube da VideoSaúde. No dia 12 de agosto, todos os três filmes serão disponibilizados na íntegra na internet, para que possam cumprir seu papel: disseminar conhecimento em saúde.




sexta-feira, 22 de julho de 2016

Parceria Brasileira contra a Tuberculose divulga nota sobre os jogos olímpicos

Veja a nota abaixo, na íntegra:



Prezad@s,

Frente a iminência do início dos jogos Olímpicos e a necessidade da organização dos serviços de saúde para garantir assistência à saúde de todos os torcedores – brasileiros e estrangeiros – em parceria com o estado e município do Rio de Janeiro, que sedia a competição.

A Parceria Brasileira Contra a Tuberculose (Stop TB Brasil) vem se manifestar as autoridades no sentido de garantir que o tema da TB venha a compor o rol das ações previstas por meio dos Centros Integrados de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS), visando, principalmente, dar maior visibilidade à doença, sobretudo no que diz respeito à forma de transmissão e aos sintomas e o desenvolvimento de atividades relacionadas ao fortalecimento da vigilância epidemiológica da tuberculose nesse período.

Recomendações do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT/SVS/MS)

1. Alertar aos postos de informação turística sobre os locais de atendimento aos casos suspeitos de tuberculose (folders informativos, fluxo de atendimento e informar sobre o Disque Saúde - 136);
2. Alertar os pronto-atendimentos e emergências sobre a identificação dos casos suspeitos de tuberculose (considerando as populações mais vulneráveis: população vivendo com HIV/aids, diabetes...);
3. Mapear possíveis áreas de risco estabelecidas durante o período dos jogos (albergues, eventos em locais fechados);
4. Criar estratégias de comunicação em saúde nos locais de maior risco mapeados;
5. Notificar todos os casos de tuberculose, mantendo o fluxo adotado para vigilância epidemiológica da tuberculose (utilizando os instrumentos de registro existentes);
6. Alertar ao Programa Nacional e ao Cievs local sobre a ocorrência de caso em paciente estrangeiro;"

Certos da boa acolhida as nossas colocações subscrevemo-nos,

Carlos Basilia
Secretário Executivo
Parceria Brasileira Contra a Tuberculose (Stop TB Brasil)
*Ofício PDF









quinta-feira, 14 de julho de 2016

Curso online de Gestão em Saúde Pública está com inscrições abertas

*Fonte: UNA-SUS

Um processo eficiente de gestão em saúde pressupõe a capacidade de planejar estrategicamente. Dessa forma, a Universidade Federal do Maranhão, integrante da Rede UNA-SUS (UNASUS/UFMA) oferecerá uma série com cinco cursos de extensão sobre o tema Gestão Pública em Saúde.  O objetivo é subsidiar as ações de planejamento e gestão em saúde no âmbito do SUS com vistas à qualificação da atenção à saúde, a partir da qualificação de profissionais para intervirem nos diversos contextos de gestão do SUS.

Para tornar a aprendizagem mais dinâmica e intuitiva, o curso utiliza recursos multimídia em aplicativos, como vídeos, ilustrações e jogos. Pela plataforma, o aluno recebe feedback e comentários que reforçam respostas corretas, além de provocar a revisão e reflexão frente a erros cometidos pelo estudante, retomando os conteúdos não fixados.

Há três cursos disponíveis e outros dois em desenvolvimento.
Já estão sendo oferecidos:

- Processo de Trabalho na Gestão do SUS e a importância do Planejamento em Saúde
- Planejamento, Gestão e Gerenciamento: o Uso de Instrumento de Avaliação
- Licitação e Contratos Administrativos

Em breve, serão disponibilizados os cursos de:
- Responsabilidade Fiscal na Gestão Pública
- Monitoramento e Avaliação das Ações em Saúde

As inscrições vão até 30 de setembro de 2016.

Clique aqui para saber mais.


terça-feira, 12 de julho de 2016

OMS lança Força-Tarefa da Sociedade Civil sobre Tuberculose


Em abril de 2016, o Programa Global de Tuberculose da Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu uma Força-Tarefa da Sociedade Civil sobre TB (CSTF – Civil Society Task Force) para acompanhar as recomendações da Declaração de Ação (em inglês), cujo objetivo é aumentar o envolvimento das comunidades, ONGs e outras organizações da sociedade civil no apoio à abordagem de toda a sociedade para a implementação da Estratégia pelo Fim da TB (End TB Strategy).

Funções da Força-Tarefa da Sociedade Civil:
  • Contribuir para a implementação da Estratégia pelo Fim da TB e principais recomendações da Declaração de Ação, com especial foco na proteção social e na cobertura universal de saúde e defendendo a sua inclusão nas estratégias e planos de TB nacionais, em programas sociais nacionais e plataformas políticas (por exemplo, os parlamentos) plataformas globais e regionais de diálogo político.
  • Contribuir estrategicamente para o Programa Global de TB da OMS para reforçar o envolvimento das comunidades, ONGs e outras organizações da sociedade civil na implementação geral da Estratégia pelo Fim da TB.
  • Fornecer subsídios para as deliberações anuais do Comitê Assessor Técnico e Estratégico para Tuberculose (Strategic and Technical Advisory Group – STAG-TB) sobre temas específicos relativos ao envolvimento reforçado das comunidades, ONGs e outras OSC na implementação geral da Estratégia pelo Fim da TB.
  • Avaliar o progresso da implementação da Declaração de Ação de Addis Abeba.

Veja mais informações clicando aqui (em inglês).


Programa de TB de São Paulo divulga Boletim 2016

A Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA), por meio do Programa de Controle da Tuberculose (PCT)/Centro de Controle de Doenças divulga o Boletim TB 2016 apresentando informações e análises sobre os casos de tuberculose no Município de São Paulo (MSP) e regiões.

A Tuberculose no MSP continua sendo uma importante causa de morbimortalidade da população, apesar da melhora nos seus indicadores operacionais e na organização dos serviços, com fluxos estabelecidos de encaminhamento de exames, medicamentos e pacientes.

A parceria intra intersetorial mostrou a possibilidade de aumentar a adesão e levar à cura os doentes de um dos segmentos mais vulneráveis da sociedade, a população em situação de rua, apontando o caminho a ser perseguido doravante, buscando efetivação nas políticas públicas.

Fortalecer a parceria entre os programas de Tuberculose e DST Aids se faz necessário para obter resultados melhores tanto na prevenção de casos de TB, com o aumento da TILTB, como na busca de casos para agilizar o diagnóstico e aumentar a adesão ao tratamento, diminuição dos óbitos e abandonos e aumento da cura.

E, por fim, ter um olhar centrado no doente, principalmente naqueles com maior risco de resistência (casos com 3 ou mais abandonos) ou nos que já apresentam resistência aos fármacos, monitorados pelos comitês de resistência, deverá ser uma das atividades prioritárias do PCT nas várias instâncias do MSP.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Rede TB e PNCT se encontram para discutir estratégias de pesquisa para tuberculose no Brasil


Afranio Kritski e Denise Arakaki
Brasília, 01 de julho de 2016 – O Presidente da Rede TB (Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose) e técnicos do PNCT (Programa Nacional de Controle da Tuberculose) se reuniram na última quinta-feira, 23 de junho, em Brasília, para falar sobre a inclusão da pesquisa no plano de atividades do programa e na elaboração do Plano Estratégico Nacional.

De acordo com a Estratégia pelo Fim da Tuberculose (TB) proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2015, a pesquisa deve fazer parte dos planos nacionais que estão sendo elaborados pelos países e tem por objetivo apoiar o desenvolvimento e a adoção de novas tecnologias, além de avaliar as ações implementadas para o alcance das metas.

Para alcançar a eliminação da TB como um problema de saúde pública até 2030 (chegar a uma incidência de menos de 10 casos por 100 mil habitantes), a Estratégia divide as ações que devem ser adotadas pelos países em três pilares: 1) Prevenção e cuidado integrados centrados no paciente; 2) Políticas públicas arrojadas e sistemas de suporte e proteção social; 3) Intensificação da pesquisa e inovação.

Pensando no fortalecimento do pilar 3, Afranio Kritski, presidente  da Rede-TB, e a coordenadora do PNCT, Denise Arakaki, promoveram um encontro na sede do programa para discutir as possibilidades de maior interação entre pesquisadores de diferentes áreas do saber, o PNCT e os programas estaduais e municipais de controle da TB.

Durante a reunião, foram discutidas a Agenda Nacional de Pesquisa elaborada em 2015, sob a coordenação da Rede TB, PNCT-SVS-MS e Fiocruz (Kristki et al, Rev Soc Bras Med Trop. 2016 Feb;49(1):135-45), e as novas recomendações da OMS, listadas durante o último encontro do STAG-TB (Strategic Technical Advisory Group – TB – Comitê Técnico Assessor Estratégico para TB), ocorrido em 13 de junho de 2016.

Segundo Afranio Kritski, o Brasil está à frente na implementação do pilar 3, já que é pioneiro na criação de uma rede nacional de pesquisadores em tuberculose, a Rede TB. “Os olhos estão voltados para o Brasil e o que fazemos na área de pesquisa está em alta, porque já somos uma referência. Neste momento, seguindo recomendação da Agenda Nacional de Pesquisa de 2015 precisamos priorizar os temas nas diferentes plataformas de pesquisa e envidar todos os esforços para Criar Comissão Nacional de Tuberculose que atue de modo intersetorial, inclua Governo, Academia, ONGs, Sociedade Civil, Indústria e Organizações internacionais que promovam as áreas de interface entre o Pilar 3 (Pesquisa) e os Pilares 2 e 1, para auxiliar os programas de TB para responder às necessidades desafiadoras que teremos pela frente”, explica Afranio.

“Com a incorporação do conceito de pesquisa nas ações programáticas, teremos mais ferramentas para responder aos desafios que vivenciamos no dia a dia do controle da tuberculose no Brasil. Identificaremos as especificidades das populações vulneráveis e pensaremos, juntos, em soluções para algumas fragilidades, como o abandono e as transferências”, destaca Denise Arakaki, coordenadora do PNCT.

Estudo aponta associação entre a precariedade das condições de vida e a tuberculose

*Fotos: Irlan Peçanha e Carlos Basilia, Observatório Tuberculose Brasil (CRPHF/ENSP/Fiocruz)
*Fonte: Escola Nacional de Saúde Pública - Fiocruz

Samuel Pessoa
O Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ENSP) promoveu uma sessão científica com o intuito de discutir a relação entre os determinantes sociais da saúde e a tuberculose. A atividade teve a participação do pesquisador colaborador do Departamento de Endemias Samuel Pessoa (Densp/ENSP) e membro do Laboratório de Monitoramento Epidemiológico de Grandes Empreendimentos da ENSP (LabMep), Alexandre San Pedro Siqueira, que apresentou um estudo sobre a tuberculose como marcadora de iniquidade social em saúde. 

Fruto de sua tese de doutorado, a pesquisa Os determinantes sociais da tuberculose: uma análise intraurbana em área de implantação de um importante projeto de desenvolvimento econômico na Região Leste do Estado do Rio de Janeiro aponta associação entre a precariedade das condições de vida e a ocorrência de tuberculose. O estudo também revela aprofundamento das desigualdades socioeconômicas, principalmente, em áreas que sofrem com a implementação de grandes empreendimentos.

Durante a sessão, foram discutidas questões referentes à relação entre as condições de vida de grupos populacionais e a produção da tuberculose, um problema de saúde que se revela como importante marcador de iniquidade social em saúde. Na ocasião, foram apresentados resultados de um estudo de revisão sistemática da literatura sobre fatores socioeconômicos associados à ocorrência de tuberculose, além de análise intraurbana acerca de tuberculose e condições de vida no município de Itaboraí.

Segundo o palestrante, a precariedade das condições de vida associada à ocorrência de tuberculose revela aprofundamento das desigualdades socioeconômicas, sobretudo em áreas em processo de transformação do espaço urbano induzido pela implantação de projetos de desenvolvimento econômico. "Nessa situação, a expectativa do aumento do valor da terra, o aprofundamento da segmentação social e o rápido processo de reorganização socioespacial podem exercer forte influência na reprodução da tuberculose", reforçou.

Para Alexandre, os achados da pesquisa sugerem que o desenvolvimento econômico observado na área de estudo veio acompanhado da ampliação das desigualdades socioeconômicas, resultando em formas diferenciadas de exposição e adoecimento por tuberculose, vinculadas á organização do espaço urbano. "De maneira geral, a existência de um contingente populacional em situação de vulnerabilidade socioeconômica associada à ausência ou pouca efetividade de políticas intersetoriais limita a resolutividade do problema unicamente à capacidade de resposta dos programas locais de controle da doença", apontou.

Sobre a tuberculose:

Nos últimos dez anos, a doença teve uma queda de 20% no país, segundo dados do Ministério da Saúde, e também houve redução em sua taxa de mortalidade, que, no período, caiu de 2,6 mortes por 100 mil habitantes para 2,2 mortes para cada 100 mil. Com os números que vem obtendo, o Brasil conseguiu alcançar a meta do Objetivo do Milênio de Combate à Tuberculose. Apesar do progresso, ainda ocupamos o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% de todos os casos da doença no mundo. Ainda há um longo caminho a percorrer, em particular entre as populações mais vulneráveis socialmente, que ainda sofrem grande risco de contrair tuberculose.

Recentemente, o programa Sala de Convidados, do Canal Saúde, trouxe o tema para o debate explicando como a incidência de tuberculose está diretamente ligada aos determinantes sociais da saúde. Assista aqui.