quinta-feira, 4 de maio de 2017

Pesquisa em proteção social para controle da tuberculose é tema de debate internacional Brasília-DF, 25 e 26 de abril de 2017.


        Com o objetivo de desenvolver uma agenda nacional de pesquisa em proteção social e tuberculose, pesquisadores nacionais e internacionais, gestores de programas estaduais e municipais de Controle da tuberculose, membros da sociedade civil organizada e atores chave de outros setores governamentais e não governamentais participaram, nos dias 25 e 26 de abril, do Workshop Internacional de Pesquisa em Proteção Social e Tuberculose, realizado na sede da Organização Pan-Americana de Saúde, em Brasília-DF. O Workshop foi organizado pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT/SVS/MS) em parceria com a Organização Mundial de Saúde, e convocou grupos que trabalham com essas temáticas para compartilhar fontes de dados, métodos e lições aprendidas, fortalecendo parcerias já estabelecidas, e proporcionando o estabelecimento de colaborações futuras.


         Na abertura do evento, o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (DEVIT/SVS/MS), Dr. João Paulo Toledo, salientou que “é necessário o desenvolvimento de intervenções e programas destinados a maximizar a proteção social para melhorar os resultados para os pacientes com tuberculose”.

            Para a Coordenadora Geral do CGPNCT/DEVIT/SVS/MS, Dra. Denise Arakaki, o Brasil está no caminho certo, mas em sendo um país continental, o desafio para a manutenção dos serviços de tuberculose com qualidade é enorme. “Temos feito um esforço tremendo para manter o que já fizemos até hoje, mas buscamos respostas para melhorar. Temos uma série de inquietações para melhorar a qualidade de vida e o acesso ao serviço que prestamos à população”, disse, ao realçar que o maior desafio ainda hoje é manter as pessoas em tratamento. Ela explica que a alta taxa de abandono ainda tem levado pacientes ao óbito e sobrecarregado famílias. “Vamos buscar identificar projetos de pesquisa específicos de proteção social contra a tuberculose que subsidiem um plano de implementação para a pesquisa de proteção social na tuberculose no Brasil no período de 2017 a 2020”.

           Para o Dr. Draurio Barreira, coordenador técnico da tuberculose na UNITAID (agência que promove acesso a novos diagnósticos e tratamentos para o controle do HIV/Aids, da Tuberculose e da Malária em várias partes do mundo), Chair  do evento, o Brasil é um exemplo de como os programas sociais de transferência de renda vem contribuindo para o controle e prevenção da tuberculose. “Por isso o interesse de tantos países em levar essa experiência para todo o mundo. A tuberculose é a doença mais exemplarmente determinada pela pobreza”, disse ao lembrar que está na pauta de discussão do workshop as pesquisas de proteção social existentes no Brasil. Para Draurio, o debate será fundamental para classificar os projetos de pesquisa de proteção social e áreas de foco.

          O presidente da REDE-TB Brasil, Dr. Afrânio Kritski, defendeu, em sua fala, o uso da pesquisa no processo de alinhamento de ações dentro dos programas de tuberculose e de HIV/Aids. “A Rede cobre várias áreas de pesquisa: desenvolvimento de fármacos, novos testes de diagnóstico, vacinas, pesquisas clínicas com universidades. Mas também tem um grupo que faz pesquisas de campo, operacionais”, comentou. Ele explica que por meio de pesquisas quantitativas ou qualitativas seria possível saber os impactos das ações promovidas. “Pesquisa é uma ferramenta que precisa ser usada para o gestor verificar como estão as ações e sempre que necessário melhorar”.

       Como desdobramentos das discussões e trabalhos em grupo ocorridos nos dois dias do Workshop, foi estabelecida uma Agenda Nacional de Pesquisa em Proteção Social e Tuberculose. Essa agenda identifica as pesquisas necessárias, dentro da temática, que são importantes para  informar  o efeito das diferentes estratégias de proteção social no diagnóstico, tratamento, adesão e desfechos dos casos de tuberculose. Tendo em vista o protagonismo mundial do Brasil nessa temática, a agenda (a ser publicada em breve), será veiculada pelos principais meios de comunicação nacionais e internacionais.

          Um dos propósitos de se pactuar  uma Agenda Nacional de Pesquisa em Proteção Social e Tuberculose entre pesquisadores e gestores é definir  pesquisas que respondam às necessidades programáticas, e possibilitem a a construção de políticas públicas voltadas aos pacientes com tuberculose.


Fonte: Adaptado do Ministério da Saúde.